Só Yehôshua Salva

O que a Bíblia diz sobre Reencarnação?

O que a Bíblia diz sobre Reencarnação?

O Que a Bíblia diz Sobre Reencarnação?

 

Reencarnação e Ressurreição são dois conceitos que se excluem? – Ou é mais uma má interpretação do Cristianismo falido?

 

Primeiro nós precisamos conceituar o que é REENCARNAÇÃO: Os melhores Dicionários conceituam o verbo Reencarnar da seguinte forma: “1. Reassumir [o espírito] a forma material. 2. Tornar a encarnar”.

 

Agora vamos conceituar o que é RESSURREIÇÃO: Os melhores Dicionários conceituam o verbo Ressuscitar da seguinte forma: “1. Ressurgir, reaparecer, manifestar-se novamente, voltar à vida”.

 

Não há nenhuma contradição entre os dois conceitos. O que ocorre com o cristianismo ao marginalizar o termo reencarnação como se fosse antagônica a ressurreição é uma tremenda má interpretação do significado de: RESSURREIÇÃO. A palavra Reencarnação tem o EXATO significado da palavra Ressurreição. A diferença é que o cristianismo prega que a ressurreição seria a volta do espírito ao mesmo corpo que morreu, a reencarnação significa o retorno do espírito a um novo corpo, sucessivamente, até alcançar a evolução ou Juízo Final. Mas, o que a Bíblia ensina sobre a Ressurreição? – Será que o espírito que deixou o corpo ao morrer, na ressurreição, voltará ao MESMO corpo que morreu? – Há muitas pessoas que afirmam convictamente que a reencarnação não está na Bíblia. Eu também pensava assim. Mas ela está lá, só que de um modo oculto ou velado. Quando Yehôshua disse que examinássemos as Escrituras, Ele quis dizer que nos aprofundássemos no estudo da Bíblia, para que pudéssemos compreender a sua mensagem. Portanto, não basta que nos informemos do conteúdo da Bíblia. É necessário que façamos um estudo profundo do seu conteúdo. Todos aqueles que sinceramente buscam conhecer a verdade, devem observar a recomendação apostólica: “Examinai tudo, conservai o que é bom” (1 Tes. 5, 21).

 

Reencarnação na Bíblia

1. - Em Jó 29:18 (Bíblia Judaica – David Stern) diz:

Morrerei com o meu ninho e viverei tanto quanto  uma fênix; minhas raízes se estenderão até alcançar as águas”. A Fênix é um pássaro mitológico, célebre pela sua capacidade de rejuvenescimento. Esse pássaro “Renasce de suas próprias cinzas”. Isso, sem dúvida, é um símbolo da Reencarnação. A Palavra de Deus é um infinito Mistério. Ela possui múltiplos significados.

 

2. – Comparando Êxodo 20:5 com Ezequiel 18:20. 

Se compararmos com bastante atenção o texto da Lei de Deus em Êxodo 20:5 com Ezequiel 18:20, descobrimos um forte indício que indica a Reencarnação; pois, a Lei diz: “Eu faço vingança da iniquidade dos pais nos filhos, na terceira ou quarta geração daqueles que me aborrecem”. (Êxodo 20:5). Porém, o profeta Ezequiel diz: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, e o pai não levará a iniquidade do filho: De forma que a justiça do justo será sobre o justo e a iniquidade do ímpio será sobre o ímpio”. (Ezeq. 18:20). Seria inconcebível crer que a Reta Justiça Divina deixaria impune o pecador que praticou a iniquidade e se vingaria no filho que nada fez de iniquidade. De que maneira então Deus visitará a maldade do pai no filho, na terceira ou quarta geração? – O que podemos supor é que na terceira ou quarta geração, aquela alma que pecou “Reencarnará” na mesma família, só que agora como “Neto” (Terceira Geração) ou “Bisneto” (Quarta Geração). Assim, a alma que pecou, ela mesma e não outra é que será visitada pela Justiça Divina. Isso explica por que cada um já nasce com um destino traçado. Cada um tem uma dívida a pagar.

 

3. – Em Mateus 16: 13-14, temos:

“Tendo chegado à região de Cesaréia de Felipe, Yehôshua perguntou aos discípulos: Quem dizem por aí as pessoas que é o Filho do homem?” Responderam: “Umas dizem que é Yohanan Batista; outras, que é Elyahu; outras, enfim, que é Yermiyahu ou algum dos profetas”. Veja bem, se o povo pensava que Yehôshua poderia ser Yohanan Batista, Elyahu, Yermyahu ou algum dos profetas é porque acreditavam que alguém que já havia morrido pudesse voltar como outra pessoa, razão da resposta. Entretanto, não tinham noção como isso poderia acontecer. E, observem que o haMashiach não repreendeu tal crença. Se fosse uma heresia Ele teria dito.

 

4. – Em Mateus 17: 10-13 temos:

“Os discípulos lhe perguntaram: Por que dizem os escribas, que Elyahu deve vir antes?” Respondeu-lhes: “Elyahu há de vir para restabelecer todas as coisas. Mas eu vos digo que Elyahu já veio e não o reconheceram, mas fizeram com ele o que quiseram. Do mesmo modo, também o Filho do Homem está para sofrer da parte deles. Então, os discípulos compreenderam que Yehôshua lhes tinha falado a respeito de Yohanan Batista”. – Mas poderiam objetar: Yehôshua não afirmou que Yohanan Batista era Elyahu. Foram seus discípulos que pensaram assim. Certo! Mas em várias oportunidades Yehôshua demonstrou conhecer o pensamento das pessoas, por isso, se não disse nada em contrário é porque sancionava o que os discípulos estavam pensando. As dúvidas poderão ser dissipadas nesta outra narrativa. Vejamos Mateus 11: 14-15: “E, se quiserdes dar crédito, Yohanan é o Elyahu que estava para vir. Quem tem ouvidos, que escute bem”. Essa última frase deve ter sido dita por Yehôshua por que sabia que muitos não iriam aceitar o princípio da reencarnação, mas reafirmamos: quem quiser ouvir que ouça!

 

5. – Argumentos Contra a Reencarnação:

É sempre colocada a passagem de Hebreus 9: 27 como contrária à reencarnação, que diz: “Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo, assim o haMashiach se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados da multidão, e aparecerá uma segunda vez, não, porém, em razão do pecado, mas para trazer a salvação àqueles que o esperam”. – No texto não há nenhuma afirmativa contra a reencarnação. O que foi dito é o que acontece realmente, pois no presente corpo, em que o espírito nele habita, morrerá só uma vez, e logo em seguida vem o juízo sobre o que aquela alma fez durante aquela vida naquele corpo. Tal juízo é que determinará se a pessoal retornará ou não e em quais condições. Não temos nenhuma dúvida disso. Isso é válido para todas as vezes que ele (espírito) se reencarnar, ou seja, para cada reencarnação: somente uma morte e um juízo. Isso até o Dia do Juízo Final, quando cessarão todas as oportunidades.

 

6. – O Que diz as Escrituras?

“Como ressuscitarão os mortos? – E COM QUE CORPO VIRÃO? – Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o CORPO que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra semente qualquer. Mas Deus dá-lhe O CORPO COMO QUER, e a cada semente o seu próprio corpo... Assim também a ressurreição dentre os mortos... SE HÁ CORPO NATURAL, HÁ TAMBÉM CORPO ESPIRITUAL...” [I Cor. 15: 35-54]. PORTANTO, é totalmente equivocada a explicação do cristianismo que prega que o MESMO corpo que morreu é o que ressuscitará... Todos os fatos milagrosos relatados na Bíblia, onde aparece o espírito RETORNANDO AO MESMO CORPO; não se trata da Ressurreição ETERNA, mas apenas um milagre transitório; pois TODOS voltaram a morrer. NENHUM desses foi para a Eternidade com aquele corpo... [Exceto Yehôshua haMashiach; porque é o próprio Deus e o Seu corpo NÃO viu a corrupção].

 

7. – Qual a origem das qualidades morais, boas ou más, do homem? 

Como alguém pode nascer pecador se não teve uma vida anterior onde teria pecado? – Temos dito que o filho nunca será responsável pelo pecado do pai, nem o pai será culpado pelo pecado do filho (Ezeq 18: 20, ver tb Deut 24: 16). – Preexistência, Predestinação e ReencarnaçãoEssa é a única explicação plausível para o pecado original. Várias passagens bíblicas que descrevem a preexistência, a predestinação concluindo a reencarnação elas estão grafadas na forma simbólica de visões, de parábolas (figuras de linguagem), e imagens educativas. Por isso muitas coisas nas Escrituras sagradas, a alta revelação, segundo o Adonay Yehôshua: “tem que se ter olhos para ver, e ouvidos para entender” (Mateus 11. 15). Com a preexistência, compreendemos a predestinação, e concluímos a reencarnação...  Para estudarmos melhor a evolução natural que controla os ascendentes espirituais de cada criatura. Preexistência e predestinação do Ser, é que faz os homens considerados sábios, filósofos e santos terem faculdades transcendentes e conhecimentos inatos que com perseverança e trabalho desenvolvem nas áreas: ciência, filosofia, e ou religião e ajudam assim o progresso material e espiritual da humanidade. Outros trazem ao renascer, o germe das suas imperfeições, dos defeitos de que se não corrigiu e que se traduzem pelos instintos naturais e pelos pendores para as paixões inferiores, esse é o verdadeiro sentido do pecado original. A predestinação é efeito lógico da preexistência da alma, que tem sua causa soberana na reencarnação do ser espiritual. Por que uns nascem sábios, e outros bloqueados na inteligência? Por que uns tem ALMAS cheias de virtudes desde o berço? E OUTROS com instintos perversos, psicopatas, mentalidade bruta? Somente a reencarnação da Alma explica as desigualdades intelectuais e morais dos seres inteligentes criados, à luz do amor de Deus e sua Justiça perfeita e sábia. A Alma não é criada no momento do desenvolvimento do embrião, caso fosse, seria um caos a Justiça Divina fazendo uns cheios de virtudes e outros cheios de maleficências.

 

Relatos Bíblicos quanto a nossa Preexistência:

a) – Jer. 1:5 – Nós já existíamos “antes” de sermos gerados no seio materno.

b) – Ezeq. 28:13 – Todos nós que viemos à este mundo tivemos uma preexistência no bereshit.

c) – Isaías 49: 1 a 2 – O Senhor me chamou pelo nome desde as entranhas de minha mãe.

d) – Salmos 51: 7 – Na verdade, nasci culpado, e minha mãe já me concebeu pecador.

e) – Jó 8:9 – Nós somos de ONTEM e não sabemos.

f) – Salmos 90:12 – Devemos aprender a contar os nossos dias passados para sermos sábios.

 

 

Os Que Desde Agora Morrem...

 

“E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem”. – Apocalipse 14:13.

 

Felizes, os que desde agora morrem no senhor... Mas, “desde agora” QUANDO? – Os Adventistas dizem que esse “Agora” se refere ao ano de 1844, que segundo eles, teria se iniciado o suposto “Juízo Investigativo” da Srª Ellen White. Mas, nós sabemos que esse tal Juízo Investigativo dos Adventistas não passa de invencionice fictícia. Então, fica a pergunta: Esse desde “Agora” se refere a “Quando”? – É claro que são Bem-aventurados (Felizes) os que morrem “Selados”, ou seja, Salvos; porque somente os Selados poderão “Descansar de seus trabalhos”. Sabemos que ANTES da Morte do haMashiach a Salvação era apenas uma Esperança. Eram oferecidos constantemente sacrifícios de touros e bodes, como uma forma paliativa de se “Protelar ou Adiar o Dia do Juízo Eterno”. Pois não havia ainda sido concretizado o plano da Salvação através do Sacrifício do haMashiach, que poria fim aos sacrifícios paliativos de touros e bodes, bem como a migração das almas. Porque era Impossível que o sangue dos touros e bodes eliminasse os pecados (Heb. 10:4). Por isso, todos (até mesmo os Profetas) que morreram “Antes da Morte e Ressurreição do haMashiach” tiveram que Reencarnar a fim de poderem “Crer e Serem Batizados” em Nome do haMashiach para serem Salvos... Esse foi o Plano da Redenção traçado desde Antes da Fundação do Mundo. Porém, todos aqueles que foram morrendo “Após a Morte e Ressurreição do haMashiach”, e que, tenha crido e tenha sido Batizado no Nome de Yehôshua, esse está incluído na “Bem-Aventurança” de Apocalipse 14:13, que diz: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor...” – Porque verdadeiramente somente estes podem “Descansar de seus trabalhos e fadigas...” – Pois, serão transportados para “Debaixo do Altar do Altíssimo” (Apoc. 6:9-11) e ali descansarão. Esses não se fadigarão mais, ou seja, não voltarão mais a Reencarnar; pois estão Selados para sempre. Porquanto nenhum Juízo mais haverá para aqueles que estão em Yehôshua haMashiach.

 

 

 

Sobre isso, todos os Profetas no passado investigaram e pesquisaram. Até os próprios Anjos desejam entender esse assunto... (I Kefa 1:10-12). E o nosso Adonay Yehôshua disse: “Eu ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas, vós não podeis suportar agora... Todavia, quando vier o Espírito de Verdade (a Chuva Serôdia) então sereis guiados na Verdade Completa” (Yohanan 16: 12-13). Tem muitos Mistérios que o Adonay Yehôshua não nos revela de imediato, porém, vai nos revelando gradativamente a medida que crescemos diante do Eterno.

 

 

 

 

Fatos Históricos e Científicos

A crença na ressurreição ou reencarnação [como vimos é a mesma coisa] tem suas origens nas Escrituras Sagradas. Confirmamos nas Escrituras que os seres humanos têm alma, que pode ser separada de seu corpo, temporariamente no sono, e permanentemente na morte. Alternativamente, alguns consideram a reencarnação como um fenômeno (e não simplesmente uma crença) que vem ocorrendo ao longo da história, e que tem sido descoberto e redescoberto tanto por sociedades primitivas quanto avançadas.

 

Reencarnação e Cristianismo

Durante os seis primeiros séculos de nossa era, a reencarnação era um conceito admitido por muitos na Igreja Primitiva.  Apenas após o Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., é que a reencarnação foi proscrita na prática da igreja, apesar de tal decisão não ter constado dos anais do Concílio. Contra a reencarnação os teólogos cristãos citam Hebreus 9:27, o episódio dos dois ladrões na cruz, em Lucas 23:39-44 e parábola do rico e Lázaro, em Lucas 16:19-31. Assim, um grande número de grupos Cristãos Católicos e Evangélicos denuncia qualquer crença na reencarnação como herética, depreendendo essa conclusão da própria Bíblia e dos Padres da Igreja defensores da Ortodoxia.

 

Reencarnação e Ciência

A crença na sobrevivência da consciência após a morte é comum e tem-se mantido por toda a história da humanidade. Quase todas as civilizações na história tem tido um sistema de crença relativo à vida após a morte. Este ponto de vista pressupõe que a consciência é mais do que uma simples função do cérebro. Destaca-se o trabalho do Dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, Estados Unidos, que recolheu dados sobre mais de 2.000 casos em todo o mundo que evidenciariam a reencarnação. No Sri Lanka, os resultados foram bem expressivos. Segundo os dados levantados pelo Dr. Stevenson, os relatos de vidas passadas surgem geralmente aos dois anos de idade, desaparecendo com o desenvolvimento do cérebro. Uma constante aparece na proximidade familiar, embora haja casos sem nenhum relacionamento étnico ou cultural. Mortes na infância, de forma violenta, aparentam ser mais relatadas. A repressão para proteger a criança ou a ignorância do assunto faz com que sinais que indiquem um caso suspeito normalmente sejam esquecidos ou escondidos. Dentre os trabalhos desenvolvidos por Dr. Stevenson sobre a reencarnação, destaca-se a obra Vinte casos sugestivos de reencarnação.

 

Experiências de quase morte

Estudos realizados em hospitais entre sobreviventes a paradas cardíacas aonde se observou o fenômeno conhecido como “experiência de quase-morte”, incluindo os do cardiologista holandês Pim Van Lommel, demonstram achados que são compatíveis com fenômenos neurológicos causados pela hipóxia (falta de oxigênio no cérebro) em pacientes nos quais a morte encefálica não foi comprovada, por medicações como a quetamina ou pela indução de hipóxia cerebral por alta gravidade, incluindo visão em túnel, comunhão com entidades espirituais e saída do corpo, podendo ser considerados como alucinações. Cientistas e médicos relatam inúmeras experiências de quase-morte que sucederam em situações operatórias onde os pacientes estiveram em período de “inconsciência” (estado alterado de consciência, induzido por anestésicos que incluem a ketamina) ou reanimados após parada cardíaca, onde há redução da atividade cerebral, mas sem demonstração de ausência da mesma (mesmo a ausência de atividade eletroencefalográfica, ou eletroatividade, não é considerada fidedigna de ausência de atividade cerebral). Mesmo assim, esses relatos anedóticos são freqüentemente utilizados como justificativa de que não seria possível que a experiência de quase morte fosse, portanto, originada em quaisquer funções biológicas ou quimíco-eléctricas e de que a consciência sobreviveria à morte do corpo físico.

 

Relatos de casos

Por outro lado, há pesquisa efetuada mundialmente pelo professor de psiquiatria norte-americano da Universidade de Virgínia Ian Stevenson, desde os anos 60, com mais de 2.500 relatos que suportariam a reencarnação. Aqui estão alguns exemplos ilustrativos: a criança pode mostrar um gosto (ou antipatia) por certos alimentos que a personalidade prévia (des)gostava. Contrária às crenças religiosas tradicionais da família, a criança repentinamente pode rejeitar estas crenças e estritamente seguir as práticas de outra religião coerente com as crenças que a personalidade prévia possuía (p.ex., se a personalidade prévia era Hindu, a criança freqüentemente mostrará uma preferência para crenças Hindu e às vezes estritamente seguir práticas Hindus tal como não comer carne). Uma criança também pode rejeitar seus próprios pais, alegando que seus pais reais vivem na cidade natal da personalidade prévia. Algumas mostraram desejos evidentes de ir a esta cidade natal, seja por exigir que a família o levasse lá, ou por realmente fazer tentativas mal sucedidas para ir lá para encontrar-se com a família da personalidade prévia. Se a criança encontra-se com estes membros da família da personalidade prévia, ela às vezes pode declarar que é relacionada a eles num meio distinto (p.ex., se a criança encontra a filha da personalidade prévia, ela se dirigirá por seu nome específico e/ou declarar que “Você é minha filha.”). Algumas crianças podem mostrar um temor incomum de certos objetos ou lugares, particularmente se parecem estar relacionados em algum modo com a morte da personalidade prévia (p.ex., se a personalidade prévia foi morta por afogamento num lago, a criança mostrará um temor de água e/ou de lagos). Algumas crianças também podem empenhar numa brincadeira que imita a ocupação da personalidade prévia (p.ex., a criança monta uma loja de brincadeira se a personalidade previamente era comerciante, a criança finge esfregar e varrer ruas com vassouras ou galhos se a personalidade era um varredor de ruas, etc.) e/ou brinca com brinquedos que de certa maneira simbolicamente se encaixam com a vida da personalidade prévia (p.ex., a criança pode ter bonecas chamadas à maneira dos próprios filhos da personalidade). E num número raro de casos, a criança pode descrever ser um membro do sexo oposto. Em muitos casos, a criança pode exibir mais que somente um destes aspectos; casos em que dois ou mais mostrados acima parecem particularmente interessantes e algo argumenta contra a possibilidade baseado nas múltiplas correspondências entre o comportamento da personalidade da criança e o da personalidade prévia (para visões gerais interessantes de todos estes e outros aspectos, vide Stevenson, 2000, e Tucker, 2005).

 

Os casos do tipo biológico incluem estruturas anatômicas incomuns presentes no corpo da criança (tais como marcas de nascimentos congênitas e defeitos de nascimento) que notavelmente correspondem com a localização de uma injúria, ferida, ou desmembramento ao corpo da personalidade prévia que pode ter contribuído com a sua morte. Em alguns casos bem interessantes, isto não é limitado a somente uma estrutura anatômica coincidente (que pode ocorrer apenas por puro acaso), mas estruturas múltiplas no corpo da criança, e às vezes vir juntas com memórias de renascimento (Pasricha, 1998; Stevenson, 1997; Tucker, 2005). Um avanço interessante com referência a estes casos é que seu número informado aumentou desde o livro de Stevenson (1997) sobre eles. Em um caso recente, Keil e Tucker (2000) descrevem uma longa marca de nascimento através da perna direita de um rapaz burmês que notavelmente correspondeu à localização de uma tira fixa de paraquedas. Isto é notável porque acreditou-se que o rapaz talvez fosse a reencarnação do primeiro marido da sua mãe, que era soldado que morreu num exercício de paraquedismo de noite aproximadamente três anos antes do rapaz nascer. Escoriações menores foram notadas na perna direita do soldado (presumivelmente sofridas enquanto tornava-se apertadamente emaranhado nas tiras do pára-quedas enquanto lutava por libertar-se para evitar de afogar-se depois que tinha aterrissado num lago) que corresponderam a marcas de amarras com corda na perna direita do rapaz, e o rapaz também pareceu mostrar memórias vagas de renascimento da morte trágica do soldado quando tinha 3 anos a 5 anos [p.ex., o rapaz falou sobre “vir do céu” (p. 1069), estar emaranhado em cordas, e morrer numa lagoa]. Semelhantemente, o Dr. Stevenson (2001) informou um caso envolvendo uma criança com marcas de nascimentos como cordas ao longo da coxa superior e tornozelos que pareciam corresponder aos locais onde uma corda foi amarrada no corpo da personalidade prévia dobrando-o após ter sido assassinada de modo que seu corpo pudesse ser liquidado arremessando-o para o fundo de um poço. Neste caso também a criança pareceu ter alguma memória da morte da personalidade e da disposição subseqüente do seu corpo. Mais recentemente, Pasricha et al. (2005) informaram 12 casos do tipo reencarnação em que deformações corpóreas foram achadas corresponderem com feridas ou desmembramentos ao corpo da personalidade prévia (8 casos envolvendo anomalias de pele tal como marcas e áreas enrugadas de pele, e 4 casos envolvendo membros do corpo mal formados ou faltantes). Como mencionado, enquanto o acaso pode desempenhar um papel na formação de marcas e defeitos de nascimento no corpo, múltiplos casos de correspondência parecem menos atribuíveis ao acaso e são assim mais interessantes.

 

Memória Extra-Cerebral:

Evidências a favor da Reencarnação: 

Memória Extra-Cerebral... É este o termo técnico usado por cientistas e parapsicólogos para as lembranças espontâneas de certas crianças que, geralmente a partir do começo da fala - ao redor dos dois anos -, parecem demonstrar recordações referentes a pessoas e fatos existentes e/ou ocorridas antes de seu nascimento (STEVENSON, 1995; ANDRADE, 1993; SHRONDER, 2001). As crianças não dizem lembrar-se que vêem tais pessoas ou fatos, como se falassem de alguém na terceira pessoa, mas afirmam que são estas pessoas e que vivenciaram pessoalmente estes fatos. A memória extra-cerebral traz o incômodo paradoxo de que as lembranças narradas (e, em vários casos, posteriormente confirmadas através de documentos, etc., como nos clássicos estudos do Dr. Ian Stevenson) não foram registradas através da aparelhagem neuropsicológica do sujeito que as detêm, mas, a principio, pelo “cérebro” e demais órgãos sensoriais de uma outra pessoa, impreterivelmente morta à época em que a criança espontaneamente narra suas lembranças, muitas vezes com referências saudosas a outras famílias e a outros locais que em vários casos não estão em relação com a família da criança hoje (STEVENSON, 1995; ANDRADE, 1993; SHRODER, 2001). Este fenômeno faz questionar se o modelo mecanicista da mente dominante na ciência não será limitado demais, acanhado demais... Pois o fenômeno parece ter um substrato psíquico não necessariamente associado ao sistema nervoso atual da criança que recorda. Hoje, a pesquisa da Memória Extra-Cerebral adentra os corredores das universidades. Entre estas, temos de destacar as pesquisas iniciadas pelo Dr. Ian Stevenson na Universidade de Virgínia, Estados Unidos, onde foi professor de Psiquiatria e Psicologia e, mas recentemente, chefe da Divisão de Estudos da Personalidade. A Psychical Research Foundation, da mesma universidade, possui uma revista própria, científica, dedicados a todos os aspectos metodológicos da pesquisa que sugiram a sobrevivência após a morte do corpo físico, incluindo todos os fenômenos parapsicológicos, como aparições, poltergeists, etc., além dos estudos de casos de Memória Extra-Cerebral. A revista chama-se THETA, não sem razão o nome dado aos prováveis agentes não-físicos causadores de vários dos fenômenos paranormais ligados à teoria da sobrevivência. As pesquisas neste sentido realizadas por pesquisadores da Universidade de Virgínia ganharam o nome de “Projeto THETA”. Diversos fatores diferenciais são utilizados como métodos e técnicas de indícios de Reencarnação. Citemos: 1) Experiências de Regressão de Memória Artificialmente Provocadas quer seja através de hipnose ou de relaxamento profundo. Tem o inconveniente de que a sugestão da regressão possa provocar lembranças fictícias para atender a expectativa do hipnólogo, mas, ao mesmo tempo, pode atingir realmente instâncias profundas do inconsciente e auxiliar muito na solução de problemas emocionais nos quais as terapias convencionais falharam em resolver (PINCHERLE, 1990);
2) Regressão de Memória Espontânea. Caso raro, em que certas pessoas entram em transe espontâneo e recordam de eventos prováveis de vidas passadas; 3) Memórias Espontâneas. Geralmente ocorrem em crianças e adolescentes que, em dado momento, começam a recordar nitidamente reminiscências ligadas a uma personalidade que elas dizem ser, só que em outro tempo e lugar. Em algumas destas lembranças existem marcas de nascença que, de alguma forma, estão ligados a traumas físicos que as crianças dizem ter causado a morte na sua vida anterior. Entre os primeiros investigadores europeus a realizar estudos sobre memórias espontâneas ligadas a marcas de nascença, esta o Dr. Resart Bayer, psiquiatra e presidente da Sociedade Turca de Parapsicologia. Fala o Dr. Bayer que “Certos sinais ou marcas congênitas, muito evidentes, como cicatrizes, etc., que não têm explicações dentro das leis biológicas mas que obrigatoriamente têm de ter uma causa” geralmente associadas às lembranças espontâneas, e obrigam a ciência a ocupar-se com seriedade destes fenômenos. As Pesquisas do Dr. Ian Stevenson Sem dúvida alguma, são poucas as pessoas que não conheçam, desde que estudem o mínimo sobre Pesquisas Psíquicas, o nome do Dr. Ian Stevenson e seus trabalhos de mais de quarenta anos de pesquisas sobre casos que sugerem Reencarnação.

 

Críticas

Céticos criticam tais estudos de casos, por melhor descritos que sejam, por serem evidências anedóticas coletadas retrospectivamente, além de não eliminarem a possibilidade de fraude. De fato, normalmente não há controle contra a fraude, porém os reencarnacionistas apontam que existem características típicas de tais casos que seriam difíceis de serem fraudadas, tais como os defeitos e as marcas de nascimento, e as fobias demonstradas pelas crianças. No entanto, tais casos são descritos retrospectivamente - uma fobia específica, determinada marca de nascença ou preferências pessoais, são explicadas encontrando-se relatos de pessoas que morreram de determinada forma, tiveram algum tipo de lesão ou tinham determinadas preferências. Como qualquer fobia pode ser relacionada a alguma pessoa que já apresentou morte pelo objeto da mesma, não há nenhum local do corpo onde se possa ter uma marca de nascença que alguém não tenha se ferido e preferências pessoais não são exclusivas, para eles, tais relatos não teriam grande valor científico. Tais céticos são contestados pelos estudiosos da reencarnação sob o argumento de que Relato de Casos Anedóticos não é a mesma coisa que Estudo de Casos. E simples Estudo de Casos não é a mesma coisa que Estudo de Casos com Tentativa de Controle de Variáveis Envolvidas e Tentativa de Avaliação Quantitativa. Os estudos CORT (Cases of Reincarnation Type – Casos do Tipo Reencarnação) não estariam incluídos na primeira categoria (que é a mais fraca), nem na segunda (de força mediana). Eles fariam parte do terceiro grupo, que possui força bem superior: Estudo de Casos com Tentativa de Controle de Variáveis Envolvidas e Tentativa de Avaliação Quantitativa. Recentemente, o cético Richard Wiseman tentou reproduzir as demais características dos CORTs por meios normais, sem sucesso. Nas palavras do pesquisador Jim Tucker, o estudo de Wiseman “demonstra que coincidência fracassa em explicar partes importantes dos casos, embora sua intenção tenha sido mostrar o oposto”. Tucker considera também que tal estudo demonstra que a fraude não pode ser aplicada aos casos resolvidos com registros escritos antes das verificações. Além disso, já foi possível fazer testes controlados numa minoria desses casos. Tucker cita dois desses casos no seu livro Life Before Life (2005): o de Gnanatilleka Baddewithana e o de Ma Choe Hnin Htet, e argumenta que tais casos enterrariam de vez as críticas dos céticos de que a fraude ou a coincidência seriam explicações razoáveis para os CORTs. Alguns críticos também argumentaram que casos de reencarnação não são particularmente interessantes por causa da possibilidade que eles podem ter sido embelezados quando a família da criança entra em contato com a família da personalidade prévia antes da documentação das memórias de renascimento da criança ter sido feita, aumentando a possibilidade que o câmbio de informação entre as duas famílias possa ser o responsável para as memórias detalhadas da criança, e não reencarnação (por fraude e/ou falsas memórias). Esta hipótese, embora plausível em alguns casos, foi rejeitada pelo outro avanço principal na pesquisa de reencarnação, o de localizar casos em que documentação é feita antes de tentar achar a família da personalidade prévia, o que não impede necessariamente fraudes ou simples coincidências. Embora seu número seja pequeno (apenas 33 dos 2.500 na coleção da Universidade de Virginia), tais casos parecem fornecer um argumento mais forte a favor da reencarnação. O Dr. Stevenson (1974) foi um dos primeiros a localizar casos como estes, e outros independentemente foram encontrados por Mills, Haraldsson, e Keil (1994), e mais recentemente por Keil e Tucker (2005). As investigações científicas sobre assuntos relacionados ao pós-morte remontam particularmente ao século XIX, e continuam a ser motivo de intenso debate acadêmico.

 

Referências

Artigo sobre o Concílio de Constantinopla

↑ Parnia S; Waller DG; Yeates R; Fenwick P A qualitative and quantitative study of the incidence, features and aetiology of near death experiences in cardiac arrest survivors. Resuscitation. 2001; 48(2):149-56

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↑ Woerlee, G. M. (2005). Mortal Minds - The Biology of Near-Death Experiences. Prometheus.

↑ Nelson KR; Mattingly M; Lee SA; Schmitt FA Does the arousal system contribute to near death experience? Neurology. 2006; 66(7):1003-9

↑ Rothstein TL Recovery from near death following cerebral anoxia: A case report demonstrating superiority of median somatosensory evoked potentials over EEG in predicting a favorable outcome after cardiopulmonary resuscitation. Resuscitation. 2004; 60(3):335-41

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↑ David Fontana, Prof., Cardiff University and Liverpool John Moores University, UK, (Finland 2003) Does Mind Survive Physical Death?, pdf

↑ Ian Stevenson, Prof., (1980) Twenty Cases Suggestive of Reincarnation: Second Edition, Revised and Enlarged, University Press of Virginia, ISBN 0813908728

↑ Ian Stevenson, Prof., (1997) Where Reincarnation and Biology Intersect, Praeger Paperback, ISBN 0275951898

↑ Mary Roach Spook: Science Tackles the Afterlife W. W. Norton (2005)

↑ Tucker, Jim B.(2005) Life Before Life: A Scientific Investigation of Children’s Memories of Previous Lives, St. Martin´s Press, ISBN 0312321376

↑ Parnia S; Fenwick P Near death experiences in cardiac arrest: visions of a dying brain or visions of a new science of consciousness. Resuscitation. 2002; 52(1):5-11

↑ Neal Grossman, Prof., Indiana University and University of Illinois, United States, (2002) Who's Afraid of Life After Death? Why NDE Evidence is Ignored, published at the Institute of Noetic Sciences (IONS)

 

 

 

 

Os Mistérios da Vida Além da Morte...

 

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte”. - I Cor. 15:26

 

Porquanto a vontade do Pai é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê Nele, tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia”. - Yohanan 6:40

 

O supremo objetivo da religião verdadeira é resgatar a vida, que está aprisionada pela fatídica Lei da Morte desde que o pecado entrou no mundo. Essa é a esperança que temos em Deus: É crer que Ele existe e que nos dará a vitória sobre o nosso inimigo, que é a morte. Muitos podem pensar que essa esperança que temos é uma ilusão, e, não existe Vida Além da Morte. Mas, será que temos algum tipo de experiência, ou prova científica sobre a Vida Além da Morte?

 

Saída do corpo, travessia de um túnel, visão de luzes sobrenaturais:

os relatos daqueles que voltaram do "lado de lá"

 

O medo da morte já fez com que muita gente perdesse a alegria de viver. E, até recentemente, as correntes religiosas, filosóficas e científicas dominantes muito pouco tinham a oferecer a essas pessoas angustiadas. Para as gerações mais velhas, era melhor nem pensar na morte. Pois o que isso trazia à memória eram os livros materialistas lidos na adolescência, nos quais toda a consciência se extinguia com o último suspiro. A falta de qualquer perspectiva, não deixava espaço para o conforto e a esperança. As pessoas, hoje têm o privilégio de respirar uma atmosfera bem menos opressiva. Graças ao fantástico progresso dos procedimentos médicos e das técnicas de reanimação, cada vez mais pessoas vêm sobrevivendo a episódios de morte clínica (caracterizados pela parada cardíaca). E os relatos que muitos fazem dessas situações-limite, daquilo que viram, ouviram e sentiram na trajetória interrompida para o "lado de lá", apresentam uma nova visão da morte e da própria vida. Em lugar da angústia de caminhar para o completo aniquilamento, eles falam da certeza absoluta de que estavam apenas transitando de um plano a outro da existência. E, embora alguns reportem vivências aflitivas, talvez provocadas por memórias carregadas de culpa, muitos no entanto, descrevem extraordinárias experiências de luz e plenitude, sábias reavaliações dos momentos vividos, encontros com seres carregados de compreensão, compaixão, amor e até mesmo bom humor.

 

Nos Estados Unidos, essa vivência incomum foi batizada com a sigla NDE, formada pelas iniciais da expressão Near Death Experience - Experiência Próxima da Morte, às vezes também traduzida como Experiência de Quase-Morte. Desde a década de 70, ela vem sendo estudada, com todos os requintes do método científico, por médicos, psiquiatras, psicólogos e tanatólogos - como são chamados os pesquisadores do fenômeno da morte. E foi feito até um levantamento de todos os casos de NDE registrados no território americano. Segundo essa pesquisa, realizada pelo Instituto Gallup, 5,2% da população adulta dos Estados Unidos já passou por esse tipo de experiência. Em números atuais, essa porcentagem corresponde a aproximadamente 13 milhões de indivíduos.

 

A Experiência da Psicanalista Paulista R. L.

No Brasil, a psicanalista paulista R. L., 46 anos, é uma das muitas pessoas que chegou ao limiar da morte com a consciência plenamente desperta. A experiência ocorreu quando um abscesso provocou em seu organismo uma infecção generalizada. Sua condição física deteriorou-se rapidamente e a pressão arterial encostou-se a zero. Na UTI, R. L. sentiu-se desfalecer. "Tive a impressão de que minha 'imagem' saía fora do corpo. Ela mantinha minha forma corpórea, mas era semitransparente. Meu pensamento acompanhava essa 'imagem', que flutuava perto do teto. De lá, eu via meu corpo. Porém já não o sentia mais." Ao se desapegar do corpo, R. L. percebeu-se entrando num túnel, em fantástica velocidade. "Havia um forte zumbido. À medida que eu avançava, vinham-me imagens de meu passado remoto, dos tempos de criança. Eram cenas comuns, brincadeiras infantis. Ao mesmo tempo, uma voz interna, inaudível, me perguntava: 'O que você aprendeu com isso? Valeu a pena?'. Eu experimentava uma incrível sensação de leveza, de paz e de felicidade." Enquanto contemplava imagens há muito tempo esquecidas, R. L. deu-se conta de que o túnel em si era escuro, viajava nesse túnel em excesso de velocidade. Mas, na saída, havia uma luz de intensidade indescritível. "Naquela luz, vislumbrei um jardim. E, ao deixar o túnel e entrar nele, vi que era muito espaçoso, com gramados verdes e árvores enormes. A sensação que ele transmitia era tão pacífica, tão deliciosa, que eu jamais ia querer sair de lá. No jardim, percebi um banco, com três pessoas sentadas. Não consegui ver seus rostos, mas, à medida que fui me aproximando, elas começaram a se movimentar, como que para me receber. A primeira chegou perto; a segunda, até o meio do caminho; a terceira ainda permanecia sentada." Mas o processo foi bruscamente interrompido. Porque, enquanto enxergava o jardim e as três pessoas, R. L. continuava visualizando as imagens de sua vida. E, de repente, viu uma foto onde apareciam seus dois filhos mais velhos, que, na época, ainda eram bebês. "Nesse instante, eu gritei: 'Não posso morrer! Tenho dois filhos pequenos e eles precisam de mim!' ".  Foi a primeira vez, durante toda a experiência, que lhe veio a ideia de morte. "Eu não tive medo, mas o amor por meus filhos me puxou imediatamente de volta. Senti como se levasse uma pancada na cabeça. Abri os olhos e me vi outra vez em meu corpo, na UTI. A partir daí, minha pressão subiu e eu pude ser operada." Como já aconteceu com muitas outras pessoas, essa experiência trouxe para R. L. mudanças de vida radicais. "A principal foi que eu voltei a acreditar em Deus." Desde a adolescência, a psicanalista havia comprado a idéia de que Deus é uma invenção humana, destinada a compensar nossas fraquezas, medos e limitações. Depois de passar pelo que passou, ela compreendeu que há muito mais coisas entre o Céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia. "A segunda mudança importante foi em relação aos valores. Entendi que a gente está aqui para aprender, para evoluir, para se tornar uma pessoa melhor."

 

A Experiência de Maria S. S. Graciani

Maria Stella Santos Graciani, 49 anos, passou por experiência semelhante em março de 1986. Pedagoga e cientista social, ela é atualmente vice-diretora do Centro de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Há 12 anos, viveu um grave episódio de arritmia cardíaca, que provocou sua morte clínica. Na UTI, percebeu-se saindo do corpo. “Fui levada para dentro de uma turbulência circular." Era um túnel bastante escuro, no qual ingressou em alta velocidade. "De lá fui arremessada para um lugar intensamente iluminado. Não havia nenhuma paisagem, nenhum cenário, só uma luz transcendental. Senti uma paz e uma tranquilidade indescritíveis. E, quando estava imersa naquela sensação, vi duas figuras se aproximando. Eram duas figuras de luz. Eu não conseguia distinguir perfeitamente suas feições, mas percebi que um tinha barba e o outro usava um chapeuzinho na cabeça.” Mas, quando estava quase chegando, eles fizeram um sinal para eu voltar. E, nesse mesmo momento, comecei a recapitular minha vida anterior e lembrei-me de minhas duas filhas, Graziela e Juliana. Retornei, então, pelo mesmo turbilhão. Revi meu corpo na UTI e os médicos fazendo um esforço desesperado para reanimá-lo. “Senti um tranco e ouvi um dos médicos dizer: ela está viva.”

 

Mestres e profetas

O que mais impressiona nas experiências próximas da morte é a semelhança dos relatos. Embora não haja uma só narrativa que seja rigorosamente igual a outra, a grande maioria segue um roteiro básico, cuja incidência desafia qualquer tentativa de qualificar essas vivências como meras alucinações.  Da parada cardíaca ao final da reanimação, tal roteiro obedece, em linhas gerais, a dez etapas bem delimitadas:

 

1. A pessoa sente-se desprender do corpo e, nesse momento, cessa todo o desconforto, a dor e a aflição que a acompanhavam;

 

2. Uma forma semelhante ao corpo, porém mais sutil, passa a flutuar alguns metros acima do chão. A consciência individual da pessoa mantém-se ligada a essa forma e, do alto, observa o corpo inerte lá embaixo.

 

3. A consciência registra todas as imagens e sons do ambiente. Caso se trate de uma UTI, ela pode ver e ouvir o funcionamento dos aparelhos e o esforço da equipe médica envolvida na reanimação do corpo;

 

4. Num dado momento, a consciência desinteressa-se por essas informações e, mudando o seu ângulo de visão, percebe a existência de um vórtice ou túnel, que a atrai com uma força irresistível;

 

5. A forma-consciência penetra no túnel e desloca-se através dele numa velocidade estonteante. Um forte zumbido, difícil de qualificar, acompanha o deslocamento;

 

6. Enquanto se desloca, a pessoa recapitula criticamente sua vida. As memórias que emergem dificilmente seriam consideradas importantes num estado ordinário de consciência. Revelam-se, no entanto, altamente significativas, no contexto da avaliação. A experiência inteira não obedece aos padrões usuais de espaço e tempo. Toda uma existência pode ser rememorada em poucos segundos;

 

7. No final do túnel, a consciência percebe uma luz, cujo esplendor não tem paralelo com nenhum fenômeno luminoso do mundo material. Essa luz lhe transmite uma extraordinária sensação de paz, plenitude e felicidade. Ela quer ingressar na luz e de forma alguma deseja regressar ao corpo físico;

 

8. A súbita emergência de uma memória específica interrompe o processo. A pessoa se lembra de entes queridos ou de alguma outra questão pendente em sua vida;

 

9. Ela sente, então, uma forte pancada. E a forma-consciência se reacopla ao corpo físico;

 

10. O quadro clínico da pessoa sofre uma súbita e inexplicável melhora.

 

Esse roteiro básico pode ser enriquecido pela descrição de cenários deslumbrantes, como o jardim visto por R. L. na outra extremidade do túnel. Por comunicações com parentes e amigos falecidos. Ou pelo encontro com seres de luz, que transmitem à pessoa um sentimento de amor incondicional. Em determinados relatos, esses seres são descritos como anjos ou guias. Em outros, são associados às figuras de santos e profetas. No caso dos anjos ou guias, algumas pessoas afirmam que os viram antes mesmo de sair do corpo físico, ou pouco depois de fazê-lo, e que foram conduzidas por eles ao longo de toda a experiência. Já as outras manifestações ocorreriam principalmente depois da travessia do túnel. No campo da psicologia, tais ideias não deveriam provocar grandes surpresas, pois um dos papas da área, o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), vivenciou fantástica experiência visionária após sofrer um enfarte cardíaco. Em estado de coma, ele viu-se fora do corpo e do próprio planeta. "Parecia-me estar muito longe, no espaço cósmico", relatou anos depois. "Abaixo de mim, eu via o globo terrestre, banhado por uma maravilhosa luz azul. Justamente sob os meus pés estava o Ceilão (Sri Lanka) e, na minha frente, estendia-se o subcontinente indiano." Mais tarde, Jung informou-se a que distância da Terra deveria estar para visualizar tal amplidão: cerca de 1.500 quilômetros. Numa época em que os aviões não ultrapassavam a altitude de 10 quilômetros, essa visão era inimaginável. Ela só se tornaria acessível à humanidade no início dos anos 60, com os primeiros voos espaciais tripulados. Jung saiu do coma e, em três semanas, recuperou-se totalmente. Mas essa experiência marcou-o para sempre: entre outras lições, ficou a certeza de que tudo o que valorizamos como sendo a vida é apenas um pequeno fragmento da existência.

 

Visões tão poderosas como esta explicam por que as experiências próximas da morte ganharam as páginas de um sem-número de livros e inspiraram filmes de tanto sucesso, como Ghost e Linha Mortal. Porém, entre os milhares de casos registrados, é difícil encontrar alguém que tenha vivenciado mais de uma vez esse tipo de situação. Foi o que ocorreu com a psicóloga brasileira Ita Perla Wilde de Moraes, 41 anos. Com saúde frágil, ela passou por uma experiência próxima da morte em 1986, quando entrou em estado de coma durante a  retirada de um cálculo renal e viu intensos focos de luz sobrenatural.  Em junho deste ano, Ita voltou a colocar os pés na estrada que leva ao "lado de lá". Um quadro de bronquite aguda fez sua pressão arterial subir a 23 por 18 e, desta vez, ela chegou a atravessar o túnel. Foi parar num espaço ricamente iluminado, onde uma voz masculina, ao mesmo tempo austera e suave, transmitiu-lhe uma mensagem pessoal precisa. “A partir daí, comecei a escutar, muito ao longe, a voz da minha irmã, me chamando. Ouvi também uma enfermeira dizer que a minha pressão estava cedendo.” Dois dias depois, Ita teve alta. Alguns médicos não pensariam duas vezes antes de rotular um caso desses como alucinação, provocada pela overdose de anestésicos tomados durante a cirurgia. Esta é a interpretação-padrão e não resta dúvida de que realmente dá conta de vários episódios. Mas, como enfatiza o neurologista Roger Walz, pesquisador do Centro de Memória da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tal explicação de forma alguma esgota o assunto. "Devido à interrupção momentânea da irrigação sanguínea, associada ao uso de remédios durante as manobras de ressuscitação, podemos supor que a retomada das funções cerebrais seja acompanhada de distorções sensoriais", afirma o neurologista. "Isso explicaria fenômenos mais simples, como a visão de luzes e a audição de sons inarticulados, ou até mesmo certas alucinações. Porém, fenômenos mais complexos e cujos relatos se repetem, como por exemplo ver o corpo do lado de fora, continuam sem explicação do ponto de vista neurológico. Não creio que sejam sonhos, pois seria difícil o cérebro dedicar-se a uma função tão sofisticada num momento em que está entrando em colapso."

 

Fora do Corpo

Foi uma vivência descrita como encontro com Cristo que inspirou o médico americano Raymond Moody a iniciar a mais célebre pesquisa das experiências próximas da morte, relatada no livro Life After Life (Vida Depois da Vida). O caso foi contado a Moody pelo psiquiatra Georges Ritchie, que, em 1943, quando ainda era um jovem soldado, sofreu uma severa pneumonia, teve picos de febre altíssimos e entrou em estado de coma. Horas depois de ter mergulhado na inconsciência, Ritchie acordou, levantou da cama e começou a percorrer os corredores do hospital. Mas descobriu que ninguém parecia ouvi-lo ou enxergá-lo. E mais: as pessoas atravessavam o que ele julgava ser o seu corpo sem a menor dificuldade. Espantado, ele voltou ao quarto e percebeu seu verdadeiro corpo estendido sobre o leito. Nesse instante, uma luz extraordinária entrou em seu campo visual. Pouco a pouco, ele começou a divisar, nessa luminosidade, uma forma humana. E, quando sua consciência assimilou a percepção, Ritchie ouviu, dentro de si mesmo, uma ordem inquestionável: "Fique de pé, pois você está na presença do Filho de Deus" . Anos mais tarde, ele disse a Moody que aquele não era o Jesus de seus livros de catecismo. "O Jesus desses livros era gentil, amável, compreensivo e talvez um pouco fraco. Aquele personagem era o próprio poder, mais idoso que o tempo e no entanto mais moderno que qualquer pessoa. O que emanava dessa presença era um amor incondicional." Na frente dessa figura impressionante, o rapaz viu desfilar toda sua vida. E ficou muito embaraçado ao se deparar com as experiências sexuais da puberdade. Mas aquilo não pareceu chocar nem um pouco o seu interlocutor. Este lhe perguntou então: “O que você fez em sua vida que possa me mostrar?”  Sem conseguir encontrar nada que valesse a pena, Ritchie argumentou que não tinha o que mostrar porque ainda era muito jovem para morrer. Ao que o personagem replicou: "Ninguém é jovem demais para morrer, porque se trata apenas da passagem de uma realidade a outra". E levou-o para conhecer cinco dessas outras realidades. Depois de visitar mundos que jamais sonhou existir, Ritchie mergulhou outra vez na inconsciência. Enquanto isso, os médicos o davam como clinicamente morto. Inconformado, um médico residente resolveu fazer uma última tentativa e enfiou uma agulha hipodérmica no coração do soldado. O músculo voltou a bater.

 

Pesquisas médicas

O livro de Moody foi publicado pela primeira vez em 1975, com uma tiragem modesta de 2 mil exemplares. Para surpresa do pesquisador e de seus editores, já foram vendidos mais de 14 milhões de volumes, em dezenas de idiomas diferentes. Sua investigação pioneira foi amplamente confirmada pelas criteriosas pesquisas de outros cientistas, como os cardiologistas americanos Maurice Rawlings e Michael Sabom. O curioso é que esses dois médicos não tinham até então qualquer interesse por temas espirituais e consideravam as descrições das NDE um mero sensacionalismo da imprensa. Porém, foram obrigados a rever tal ponto de vista ao se depararem com casos vivenciados por seus próprios pacientes.

 

Mas a prova mais conclusiva da veracidade das experiências próximas da morte foi fornecida pela pesquisa do pediatra americano Melvin Morse. Liderando uma equipe composta por um anestesista, um neurologista e um psiquiatra, Morse verificou que, depois de terem passado por episódios de morte clínica, também crianças, de diferentes idades, condições sociais e credos religiosos, descreviam vivências que seguiam o roteiro clássico das NDE. A investigação foi provocada por uma ocorrência excepcional, atendida por Morse. Trata-se do caso de Krystel Merzlock, na época uma menina de 7 anos de idade. Após um afogamento, a garota teve parada cardíaca e permaneceu em condição de morte clínica durante nada menos de 19 minutos. Segundo acredita a medicina, caso o coração fique três minutos sem bater, o processo de morte torna-se irreversível, porque as células cerebrais começam a serem destruídas por falta de oxigenação. Mesmo que o coração volte a funcionar, o cérebro sofre lesões irreparáveis. Pois bem, a despeito de todas as crenças oficiais em contrário, a pequena Krystel voltou à vida. E, o que é ainda mais extraordinário: sem qualquer sequela neurológica. Quando a interrogou, dias mais tarde, Morse descobriu que Krystel tinha perfeita consciência dos procedimentos utilizados durante a reanimação. Mas as surpresas do médico estavam só começando. Seu sistema de crenças seria ainda mais radicalmente posto à prova, quando Krystel lhe contou que fora levada por seu "anjo da guarda" à presença do "Pai Celeste". Este teria perguntado se ela queria ficar com Ele ou regressar para os pais. Num primeiro momento, a menina decidiu ficar, mas, depois de ter a visão de seus irmãos brincando, resolveu voltar para casa. Morse pôs-se a pesquisar as NDE infantis. Porém, apesar do insólito relato de Krystel, suas convicções cientificistas falaram mais alto e ele adotou a hipótese de que as percepções que acompanhavam essas ocorrências eram simples alucinações provocadas pelo coquetel de medicamentos ministrado aos pacientes e pelas substâncias que o próprio organismo libera na iminência da morte. A intenção de Morse e sua equipe era provar, cientificamente, que Raymond Moody estava errado. A pesquisa, porém, demonstrou exatamente o contrário. Depois de tabular e analisar 200 entrevistas, Morse concluiu que as experiências não poderiam, de forma alguma, ser reduzidas a meros episódios alucinatórios.

 

Enquanto os médicos abordavam o assunto por um lado, a psicologia se aproximava dele pelo outro. E, nesse campo, nenhuma contribuição se iguala à do psiquiatra tcheco Stanislav Grof. Durante 40 anos e trabalhando com dezenas de milhares de voluntários, ele realizou uma revolucionária pesquisa da mente. Num primeiro momento, recorreu a altas doses de ácido lisérgico (LSD) para provocar estados inusuais de consciência nas pessoas pesquisadas. Mais tarde, substituiu a droga por um método não químico, conhecido como respiração holotrópica. Neste, os participantes respiram de forma específica, enquanto ouvem músicas de alto poder evocativo e são submetidos, eventualmente, a certas intervenções corporais localizadas. Após registrar e analisar meticulosamente os relatos de milhares de indivíduos, o psiquiatra convenceu-se de que nem o LSD nem a respiração holotrópica produziam alucinações. Eles atuavam, isto sim, como amplificadores da atividade psíquica, permitindo que conteúdos inconscientes se tornassem explícitos. E, entre esses conteúdos, estavam os cenários e roteiros descritos nas experiências próximas da morte. Em outras palavras, nos trabalhos coordenados por Grof e seus seguidores, muitas pessoas, plenamente vivas, tiveram as mesmas visões e sensações que caracterizam as NDE. E, o que é mais interessante: essas visões e sensações coincidiam muitas vezes nos mínimos detalhes, com narrativas sobre o "além", sustentadas por diferentes tradições espirituais, mas que eram antes totalmente ignoradas pelas pessoas envolvidas no experimento. A pesquisa de Grof reforçou a ideia de que as experiências visionárias próximas da morte não eram fantasias alucinatórias, mas expressavam algum tipo de contato com outros níveis da realidade. Esses mesmos domínios podiam ser visitados por pessoas vivas e saudáveis, em estados ampliados de consciência. A pressa com que alguns cientistas descartam as experiências próximas da morte tem mais a ver com a defesa intransigente de um sistema de crenças do que com uma atitude realmente científica. Para esse tipo de mente positivista, que só acredita no que os olhos vêem, certos relatos apresentam talvez um desafio insuperável. É o caso deste episódio, levantado por Raymond Moody. Uma paciente, de nome Maria, é declarada morta. Após a reanimação, seu coração volta a bater. Ela recobra a condição de falar e conversa com Kim, a médica que a atendeu. Diz-lhe, então, que, durante a saída do corpo, sua forma-consciência flutuou pelo hospital e encontrou um sapato velho no batente da janela de um andar mais alto. Muitos especialistas simplesmente encarariam Maria com um sorriso incrédulo, pensando consigo mesmos: "Pobrezinha, alucinou". Kim, porém, resolveu conferir. O sapato estava lá.

 

A Morte como Transposição para outra Dimensão da Vida

A morte não é um fenômeno pontual. É um processo. Se as pessoas voltam é porque esse processo não se concluiu. Mesmo assim, há o desprendimento parcial, com enorme alargamento da consciência e o encontro com um mundo que já pertence ao divino. A morte em nossa cultura constitui um trauma terrível, porque é sempre entendida como negação da vida. Porém, nessas experiências, o que se vê é a ampliação da vida, o acesso a uma dimensão da qual as pessoas só retornam com muita relutância. Na própria morte dá-se a ressurreição. Não como devolução à vida. Mas como realização plena das virtualidades do ser humano. O rabino Nilton Bonder relata: Trabalhei em hospitais, com doentes terminais, nos Estados Unidos. E presenciei várias situações dessas. O que mais impressiona é a euforia com que as pessoas relatam suas experiências. Eu acho que, nessas ocasiões, elas realmente fazem contato com a verdadeira natureza humana, com a fonte da existência. Mas não têm, necessariamente, uma visão objetiva.